Vem de mim
Mas não me pertence
É enchente
E se encontra perene
Em meu Sol
Vem da dor
Mas não se rende
É vapor
Mas tão concreto
Em minha mente
É semente
E virou dom o som
Que me ajudou
A me esconder
Da fúria do mundo
E eu vi que era bom
E que não era letal
E que seria legal
Reinar nisso tudo
Não tenho medo dos mortos
Muitos menos de alienígenas
Eu tenho medo da vida
Eu já sofri tanto
Que temo, em prantos, ser feliz
Ainda bem que o destino quis
Que eu tivesse um dom
E que fosse impossível viver
Sem o dividir