Sou aquela baixinha
Do nono ano
Que se esbarrava de propósito em você
Pelos corredores
Sou aquela menina
Que nos finais de semanas
Arrancava com beijos
De seu peito milhares de dores
Sou teu amor que sumiu
De mundo a fora
Guiada pelas drogas
Com a capacidade de se autodestruir
Não deu notícias
Por anos desapareceu
E de repente em seu eu
Deu uma vontade de se reconstruir
Nesses anos
Dormi em qualquer lugar
Me prostituía para meu vício alimentar
Perdi e vendi muitos objetos dos que sai de casa
Mas alguns deles
Eu nunca iria trocar
Seu endereço nunca deixei de levar
Era o troféu de qual sempre fiquei orgulhada
Lembra aquele dia
Que você o me deu?
Aí passei a mandar para espanto seu
Cartas e poesias que revelavam meus pensamentos
Decidi a pouco tempo
Que o mais certo era te procurar
E depois de pelo mundo rondar
Cheguei aqui guiada por meus sentimentos
Mesmo entre tantas incertezas
Não posso desistir de mim mesma
Preciso de você nessa luta
Não posso ser mais dominada
Ter minha destruição programada
Me ajuda
Em nome daqueles piqueniques
Nas tardes de domingos
E dos carinhos que não parávamos de trocar
Em nome das noites de luar
Onde as estrelas eram nossas cúmplices
E a nossa nudez
A Lua vinha revelar
Em nome dos planos esquecidos
Dos cochichos no ouvido
E das vezes que jurou me amar
De todas penitências que paguei
Das provações que passei
E da minha vontade de recomeçar
Me ajuda